Há uns anos veio uma pessoa meio doidinha querendo que eu desse aulas para ela, ela atleta Paraequestre e eu nunca havia ouvido falar.

Ok… Topei, segue a história dela anterior (https://www.thatyvidal.com.br/2015/04/26/impossivel-ou-improvavel/).

Passamos uns 5 anos afastadas, pois eu havia me mudado e este ano ela reapareceu. Não estou mais dando aulas, mas como ela sempre foge a exceção, lá vamos nós.

Após apenas um mês de aula ela surge com a ideia de uma clínica Paraequestre, eu achava que ainda não era hora, mas ela sabe insistir. Então partimos para 3 Pontas (MG).

A princípio ela ia fazer a clínica e eu apenas acompanhando como instrutora, meu grande engano. Ela já estava pensando que devido a minha doença, eu poderia vir a ser uma atleta Paraequestre.

No primeiro dia de clínica (no qual aprendi muito mesmo) descobrimos que talvez eu seria atleta grau 5 no Paraequestre e que a tarde eu participaria. Não levei muita fé, afinal não tinha cavalo para mim por lá! Outro engano meu, não demorou muito a aparecer um. Logo eu não tinha outra saída a não ser fazer a clínica…

Tenho que admitir que eu e o adestramento nunca fomos melhores amigos, fiz por um período com a grande Silva Boer, mas sempre voltado para o salto. No primeiro dia apanhei demais, quando sai do cavalo não conseguia ficar de pé! A noite a dor era tanta, mais tanta, que a vontade de desistir era enorme, juro não sei como conseguem. Mas como estava lá com minha aluna e minha filha mais velha, desistir não era opção.

Segundo dia, mais uma palestra excelente, aprendi muito mais novamente e de tarde montar! Eu tentando achar alguma brecha para não participar, o primeiro dia já havia me matado. Mas fui, já foi melhor, consegui descer do cavalo e ficar de pé, minha perna esquerda não queria mais saber de mim…, hahahaha, e minhas mãos… não sobreviveram, ficaram cheias de bolhas.

Nesta noite consegui dormir melhor, meu corpo não reclamou tanto, mas estava decidida que não iria participar do último dia, que já era o suficiente para mim. Meu engano novamente… E lá estava eu no terceiro dia, montando. A exaustão do meu corpo era enorme, desde quando descobri a doença que não havia montado três dias consecutivos (porém quando monto, não excedendo 45min)…

O que não tem remédio, remediado está. E encarei o terceiro dia. Foi mais fácil que os outros, mas nitidamente meu corpo não estava mais reagindo. Então foi um pouco mais curto, porém valeu muito a pena, deu uma nova perspectiva, talvez um novo rumo a seguir (lógico, nunca esquecendo do salto que é minha paixão).

Hoje tenho só a agradecer minha aluna Natalie por ter me arrastado para a clínica, no qual pude conhecer a fundo o mundo Paraequestre e fazer parte dele. A Aninha e seus pais por terem me emprestado o cavalo e tornado possível a clínica. A CBH por ter feito este evento e ter me possibilitado conhecer esta parte do hipismo, saber as regras e tudo mais. E lógico a todos os envolvidos, juízes, atletas, treinadores… No Paraequestre são todos uma grande família, no qual fui muito bem recebida.